Certa vez um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse o seu sonho:
- Que desgraça, senhor! Exclamou o adivinho.
- Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.
- Mas que insolente - Gritou o sultão, enfurecido. Como te atreves a dizer-me tal coisa? Fora daqui!
Chamou os seus guardas e lhe ordenou que lhe dessem cem açoites.
Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho. Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:
- Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.
A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho. E quando este saia do palácio, um dos guardas lhe disse admirado:
- Não é possível! A interpretação que você fez foi à mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque o primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.
- Lembra-te meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira de dizer...
...E esse é um dos grandes desafios da Humanidade.
É daí que vem a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra. A verdade deve ser dita sempre, não resta à menor dúvida, mas a forma como ela é dita é que faz a diferença.
Provérbios 15:1 A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
A verdade deve ser comparada a uma pedra preciosa: se a lançarmos no rosto de alguém, pode ferir, provocando revolta. Mas “se a envolvemos numa delicada embalagem e a oferecermos com ternura, certamente será aceita com facilidade.”
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